O governo brasileiro anunciou um plano ambicioso para atrair até R$ 2 trilhões em investimentos em data centers nos próximos 10 anos. A estratégia visa transformar o país em um hub tecnológico, aproveitando sua matriz energética predominantemente renovável (90%) como diferencial competitivo.
Atualmente, o Brasil concentra 40% dos investimentos em data centers na América Latina, com projeções de crescimento anual de 15% até 2027. O mercado nacional, avaliado em US$ 2,23 bilhões, deve alcançar US$ 3,69 bilhões nos próximos anos
Essa desconfiança não é um fenômeno isolado. Nos Estados Unidos, a situação é parecida. Pesquisas do Pew Research e Gallup mostram que a maioria dos americanos não confia na IA, nem nos que a desenvolvem ou regulam. Apenas um quarto da população acredita que a IA vai beneficiá-los diretamente, e quase 60% sente que não tem controle sobre como ela é aplicada em suas vidas. Mesmo a Geração Z, mais familiarizada com a Gen AI, demonstra ansiedade sobre o uso crescente da IA. O temor é que o avanço da tecnologia ocorra sem que existam políticas públicas eficazes para proteger o usuário. Assim, a hesitação que se vê no Brasil reflete uma preocupação global com os rumos da inteligência artificial, sua regulação e seu impacto social.
Apesar disso, o Brasil está se posicionando para assumir um papel protagonista na nova infraestrutura da IA, os data centers. O governo federal prepara um plano para atrair até R$ 2 trilhões em investimentos no setor ao longo de 10 anos, aproveitando a matriz energética limpa (90% renovável) como diferencial competitivo. O país já lidera o mercado de data centers na América Latina, com 595 MW instalados e expectativa de adicionar mais 220 MW até o fim de 2025. A ideia é não apenas importar infraestrutura, mas incentivar a produção local de equipamentos e serviços, ampliando o impacto da IA na economia real. Em vez de ver a IA como uma ameaça, o Brasil começa a enxergá-la como uma alavanca para desenvolvimento, desde que haja confiança, capacitação e estratégia industrial de longo prazo.